terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A G&L foi a última empresa do Leo Fender. Antes disso ele havia fundado a Fender (e acabou vendendo-a para a CBS em 1966) e a Music Man (que acabou vendendo para a Ernie Ball). Leo fundou a G&L em sociedade com George Fullerton (daí as iniciais de George e Leo), que era seu parceiro desde os primórdios da Fender Guitars. Leo trabalhou na G&L até o fim da sua vida e até hoje sua sala é mantida na empresa do mesmo jeito que ele a deixou no seu último dia de trabalho.

Essa é uma G&L Comanche com acabamento sparkle prata. É um instrumento raro de se encontrar no Brasil (as G&L são caras). É um instrumento ótimo, mas o que mais me impressionou foi o braço de madeiras, pegada e acabamento simplesmente perfeitos. Os captadores são cerâmicos e sem ruído. O timbre não é exatamente o que você espera de um single clássico, mas é bem agradável de se tocar com drive. A pequena chave de duas posições serve pra misturar o captador da ponte com quaisquer outros. 

O dono a trouxe aqui para troca de cordas e revisão de rotina. 



















quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Fender Jeff Beck



Dos instrumentos que eu já toquei na minha vida esse é o segundo melhor. A Fender Jeff Beck já é um ótimo instrumento, mas esse exemplar aqui tem alguma coisa especial. Nem eu nem o dono dela descobrimos ainda o que ela tem de diferente, mas esse instrumento é especial. O dono dela é um advogado chamado Abimael e ele tem outros ótimos instrumentos, mas essa Jeff Beck mora no meu coração. Abimael sempre a traz aqui pra revisões de rotina e eu já troquei os trastes dela uma vez por Dunlop 6100.

Ela tem um braço muito grosso, mas eu tenho facilidade em me adaptar a braços de guitarra gordos mesmo tendo mãos muito pequenas. 

A propósito: Abimael já teve seu carro roubado e essa guitarra estava no carro. O carro tinha seguro e ele não ficou preocupado. O problema era a guitarra. Eu quase choro com a notícia. Semanas depois o instrumento foi achado com pessoas de uma banda de forró. Ele trouxe a guitarra aqui imediatamente depois de “resgatá-la” e chegou aqui com um sorriso de orelha a orelha dizendo: “Rafa, escalda essa guitarra pra tirar a urucubaca de forró que tá nela”. 


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Strato Custom Siena Burst


Hoje eu trouxe minha strato siena burst pra testar outras opções de captação. Ela estava com os Dimarzio Area e resolvi colocar o Dimarzio Air Classic na ponte. Eu tenho esse captador há muito tempo e nunca havia testado com atenção. Ele é muito bom, com ótimo timbre de médio ganho e dinâmicas muito controláveis, mas não gostei do visual HSS nessa guitarra (embora no braço estivesse um Rosar Twin Vintage). Resolvi colocar um escudo SSS de volta, mas com o Twin Vintage no braço e o Extreme Hot na ponte. Você pode ver o meu texto sobre o Extreme Hot no Zona. Muito timbre e muito ganho. 

Além disso, eu quis fazer uns experimentos usando um pot de volume de um megaohm (e não os de 500K normais). Até aí nada de anormal, o problema é que eu só consigo arranjar pots de um mega tipo A (que é logarítmico). E eu não gosto do resultado do pot tipo A no volume. Ele corta o volume muito abruptamente. 

Há como fazer um pot logarítimico ter uma resposta mais linear. Isso não é nenhuma novidade, mas vale a pena relembrar: Se o pot é tipo A de 500K, você deve colocar um resistor de 220K entre os pólos vivos do pot. Nas minhas guitarras com humbuckers e nas dos clientes eu sempre coloco também um capacitor de 330pf entre os pólos vivos. Com single coils eu recomendo que os capacitores sejam de valor mais alto – 470pf deve resolver, mas a Fender usa 681pf. Vejam a foto. 

Com o pot de um um mega eu comecei tentando um resistor de aproximadamente 450k, mas o resultado não me agradou. A segunda tentativa com um resistor de 540K e ficou satisfatório, mas eu vou tentar depois um de valor um pouco maior.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Fender Marcus Miller


Esse é um dos baixos mais bonitos que eu já vi. Um instrumentaço trazido da Europa pelo meu cliente João Jorge (vulgo JJ). Só ao chegar ao Brasil que ele percebeu que o som do baixo estava estranho. Ele trouxe aqui pra verificar os potenciômetros, mas eu constatei que o problema era o captador da ponte que estava pifado. JJ resolveu colocar um Seymour Duncan Vintage Hot e resolvemos o problema. O JJ toca com muita força e ainda usa cordas muito pesadas, então o som fica enorme!


















quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Squier Strato

Quase todo guitarrista que toca com guitarras com humbuckers não consegue tocar direito com guitarras com singles. Eles estranham o pouco ganho dos singles e muitos acham terrível a ponta de agudos que pode sobrar do captador da ponte



O dono dessa Squier passou muito tempo sem tocar com single coils. Ele achou estranho a ponta de agudos que sobrava do captador da ponte. Quando ele a trouxe aqui pra revisão de rotina eu sugeri a ele a alteração que eu sempre faço nas minhas stratos. 



Como vocês devem saber, a eletrônica clássica da strato destina o primeiro botão de tone pro captador do braço e o outro tone pro captador do meio. A alteração que eu faço é muito simples: eu coloco o segundo tone pro captador da ponte. Aí você pode limar um pouquinho dos agudos quando o som do pickup da ponte ficar agudo demais. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ESP Horizon



Tem um monte de Horizons aqui em Fortaleza. Essa pertence ao Raymond Sideaux e ele a trouxe aqui pra revisão, troca de cordas e troca de captadores. Algumas das Horizons dessa série vieram com Seymour Duncans - um par de JB, pra ser mais específico. Outras vieram com captadores da própria ESP e esses captadores não agradaram à maioria dos caras que compraram. Sideaux testou os Sérgio Rosar da minha coleção e gostou tanto que comprou um par pra ele. Ele tá usando um Punchbucker no braço e o Supershred na ponte.




sábado, 29 de novembro de 2008

Strato Polacco Custom


Carlos Polacco é um cliente meu que adora customizar as suas guitarras. Ele queria montar uma strato com o visual de guitarra surrada e com som no espírito do Stevie Ray Vaughan, então comprou material (corpo e braço) da Might Mite via E-Bay e cuidou do estrago no corpo. Ele trouxe uma ponte Fender de seis parafusos e eu forneci o resto das peças. Carlos preferiu um escudo perolado creme. Recomendei um strap lock preto (eu recomendo a todos que usem strap lock!). As tarraxas são Wilkinson EZ Lock e as cordas são GHS Eric Johnson Signature 0.10  




Os trastes que vieram no braço eram muito pequenos e mal instalados. Eu recomendei ao Carlos que colocássemos trastes bem grandes pra facilitar os bends. 

Os captadores são Sérgio Rosar Vintage Hot. Eu já tenho larga experiência com os humbuckers Sérgio Rosar por causa da nossa parceria no desenvolvimento dos captadores, mas poucas vezes toquei com os singles. O som ficou absolutamente matador, na onda dos Texas Special, bem SRV mesmo e era essa a intenção do Carlos. A blindagem foi bem feita, o que ajuda a controlar o ruído. Os pots são todos de 500K, capacitor de tone de .22mf e como sempre eu coloquei um capacitor cerâmico de 330pf entre os pólos vivos do botão de volume pra salvar os agudos “fujões” e as dinâmicas com botão de volume ficarem mais controláveis. Um botão de tone ficou com o captador do braço e o outro foi pro captador da ponte.




Todos gostaram muito do resultado de pegada e timbre da guitarra. Carlos trouxe uma correia da Basso muito bonita e que combinou muito bem com o visual da guitarra.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Kramer Striker


Essa guitarra veio pra regulagem de rotina e troca de cordas. O pessoal da Kramer fez um bom trabalho de marketing e a guitarra tem atrativos: um acabamento razoável, captadores com um milhão de bobinas, push-pull (que cancela duas das 4 bobinas dos captadores das pontas) e o D-Tuna (que abaixa a finação da sexta corda).

O D-Tuna é um brinquedo legal. O problema é que pra poder usar realmente o recurso de dropar o mizão você precisa que a sua ponte esteja fixa ou pelo menos dive-only (que é quando a alavanca apenas desce). Já percebeu que a Floyd Rose das Wolfgang não tem o back box? Pois é. Essa Kramer não tem nenhum recurso de travamento da ponte, portanto quando vc desce o mizão, as outras 5 cinco cordas desafinam. Isso inviabiliza o uso do dispositivo. 

Você pode ver como o D-Tuna tem que ser instalado e regulado aqui

O dono da guitarra preferiu usar a ação total da Floyd, poratanto o D-Tuna aqui não vai ter uso algum. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Epiphone 295


Essa guitarra é do  Júnior, um dos meus clientes mais fiéis. Ele a trouxe aqui pra troca de trastes e regulagem geral. Os trastes antigos estavam muito achatados e a tocabilidade do instrumento estava péssima.
Trocar trastes em instrumentos com friso na lateral do braço é complicado e o trabalho tem que ser feito com cuidado. Além disso, essa guitarra tem o braço colado (não dá pra retirar o braço pra facilitar o manuseio) e o corpo dela é bem grande. Uma trabalheira danada!















Aqui tem fotos da retirada dos trastes antigos, instalação dos trastes novos, acabamento lateral e o resultado final.  


Júnior prefere as cordas bem grossas. Colocar cordas 0.11 fica muito bom em guitarras como essas. A tocabilidade ficou perfeita e eu adoro guitarras grandes, embora eu seja um cara baixinho.